Em alguns países ocidentais, como o nosso, hoje é comemorado o Dia da Mentira. Contudo, nos tempos atuais, a disseminação de informações sem nexo e inverídicas se tornou tão frequente, que prescinde uma data especial.
Penso que o desafio é justo fazer uma reflexão sobre a Verdade e o que possa ser considerado verdadeiro em um mundo sobremodo materialista, à beira do metaverso, pós- pandemia e novamente em guerra.
Como compreender esse tema em uma época em que o individualismo se acentua cada vez mais, o direito às liberdades individuais é fortemente reivindicado e cada um privilegia a sua própria verdade em detrimento de qualquer outra?
Do ponto de vista da evolução, parece que precisamos desenvolver novas habilidades sociais e depurar nossos sentidos; assim teremos como distinguir melhor entre o falso e o autêntico no caminho do aprimoramento enquanto seres humanos.
O valor da Verdade, nesse sentido, está diretamente relacionado ao grau de consciência com o qual percebemos e nos relacionamos conosco mesmos e com os demais habitantes da nossa casa, a saber, a Terra.
É consenso na filosofia, na ciência, e inclusive no âmbito religioso, que a Verdade é o que nos fortalece e liberta.
Talvez o campo das artes e da espiritualidade possa ampliar um conceito tão controverso. Nas palavras de Lya Luft “..para viver a verdade, pensando e repensando a existência, para que ela valha a pena, é preciso ser amado, e amar, e amar-se”.
A verdade tem voz na expressão do Dalai Lama quando ele nos incita a falar a partir dela, seja ela qual for, libertos de qualquer preconceito ou hostilidade.
E, se quisermos elevar o presente ensaio a uma esfera mais sutil, podemos contemplar as sublimes imagens sobre a origem e a criação do mundo no texto de Rudolf Steiner intitulado “A Evolução do ponto de vista do verdadeiro”.
Eliane Utescher
Psicoterapia / Terapia Biográfica

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