Se observamos o movimento da vida, percebemos que existem fases de vivências de crises.
Estas não ocorrem simplesmente para nos trazer sofrimento, mas, junto com este, a possibilidade de transformação.
Assim como a dor, são momentos de alerta que nos avisam de que algo na vida tem que mudar, que ser diferente.
Pode ser que elementos conhecidos, do passado, e/ou momentos desconhecidos do futuro se encontram e provocam o momento do presente.
Observamos esses acontecimentos aproximadamente a cada 7 anos – o ritmo setenial.
O Processo Biográfico trabalha estes 3 elementos : passado, presente e futuro. Nele, dá-se atenção não somente ao que é comum a cada fase de desenvolvimento e a cada faixa etária, mas também ao que é particular, fenômenos que às vezes só acontecem à um indivíduo em particular, como por ex. assaltos, mortes, doenças, agressões, separações, etc.., e o que os mesmos podem estar significando na vida deste indivíduo. Busca-se o discernimento do que é comum à determinada fase e o que é específico de cada um, ou seja, o sentido disto tudo.
Este processo estimula o próprio indivíduo a encontrar as respostas para suas expectativas e que seja ele mesmo o escritor e personagem principal de sua estória, levando-o descobrir ou reencontrar seu papel na vida.
O Processo Biográfico é norteado pela Antroposofia, também designada Ciência Espiritual e que, em linhas gerais, aborda as 3 instâncias do ser humano : o aspecto biológico, o aspecto emocional ou anímico, e o aspecto espiritual.
Até os 21 anos, as forças vitais se ocupam com o crescimento e amadurecimento orgânico corporal ; a vida, até então,é sempre modificação física, onde ossos, órgãos e peles, estão todavia se formando e só atingem a maturidade nesta idade.
Dos 21 aos 42 anos há uma fase de manutenção e estabilidade na evolução corpórea, que a partir dos 42 começa a declinar biologicamente. É o princípio do processo de envelhecimento.
A despeito de muitas experiências e pesquisas, ainda é muito difícil prolongar a longevidade humana.
Até os 21 anos, o grau de vitalidade é muito maior do que o de consciência, e a partir dos 42, o processo de degeneração leva a que o grau de consciência aumente cada vez mais e diminua o de vitalidade.
A forma mais concreta e simples de perceber que cada indivíduo é único, é a impressão digital. A “Individualidade” permeia cada célula e todo o organismo.
A biografia de uma vida pode ser comparada ao dia, com sua manhã, tarde e noite. Demoramos para estar totalmente acordados; com o anoitecer, vamos nos desligando do corpo, assim como na vida vai ocorrendo a maturidade, passando da velhice à morte.
Do ponto de vista da alma, ou seja, do nosso pensar, sentir e agir, o desenvolvimento tem mais escolha e livre arbítrio, pois podemos tanto nos ligar ao aspecto material e corpóreo da existência, que decresce com o passar dos anos, da mesma forma que a vitalidade, ou nos ligar ao aspecto espiritual da nossa natureza e crescermos em consciência e humanidade.
Nos primeiros 21 anos a tarefa é crescer e desenvolver-se.
Dos 21 aos 42 anos a tarefa é conhecer-se e aceitar-se.
A partir dos 42 atarefa é doar-se.
A vida na Terra é uma conversa entre duas forças, de céu e de terra, a experiência terrestre é um grande encontro de culturas, de raças, pessoais, etc..e o ser humano, uma estrela que passa por essas vivências e volta ao céu acrescida de novos elementos.
Texto elaborado a partir das palestras de Gudrun Burkhard
Seminários Biográficos – Artemísia /SP