
Eventos como os que ocorrem na atualidade, nos colocam muitos desafios e em várias esferas da vida.
Mais particularmente no tocante ao território da nossa alma e estrutura emocional, podemos observar sentimentos e sensações inusitados e desconfortáveis. Manifestam-se como ansiedade, depressão, fobias, e desequilíbrios psicológicos que se espelham no corpo, causando os mais variados sintomas.
A depender do nível de consciência e resiliência, do quanto e do quão profundamente somos atingidos por doença e morte, podemos sair dessa experiência mais fragilizados ou fortalecidos.
Trabalhar com desenvolvimento humano nos ensina que, como diria Guimarães Rosa “…a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta”. Ou ainda nas palavras de Nelson Mandela “descobri que se pode suportar o insuportável, quando se é capaz de manter o espírito, mesmo quando o corpo te põe à prova”.
Ao aceitar e promover no outrem uma relação com a vida e com a natureza humana como ela verdadeiramente é, na sua inteireza, do mais primitivo ao mais evoluído, construímos uma ponte que nos eleva do sentimento de solidão à solitude, do sofrimento à superação, da ilusão do Ego à luminosa realidade do Ser.
Agora chegamos num ponto de virada para uma tomada de consciência que conecte nossa identidade com o essencial, com valores edificantes não só para conosco mesmos, mas para com o próximo, e a Terra.
Estamos testemunhando ações daqueles que se locupletam da pandemia para prejudicar outros, ou em benefício próprio; dos que conseguiram se reinventar e recriar a própria existência de forma digna; e, por fim, dos que, tocados pela dor alheia, humanizaram-se em solidário altruísmo.
Assim estamos. Assim somos. Assim poderemos nos tornar.
Não desperdicemos esta crise!
Ela é a grande oportunidade evolutiva do nosso tempo.
Eliane Utescher
Psicóloga / Terapeuta Biográfica
03/07/2020