Retomando a idéia do homem como cidadão de dois mundos, o celeste e o terrestre, e a vida como uma conversa, um encontro destas duas forças, chega-se aos 21 anos de vida com o fim da fase do crescimento corporal, e princípio da auto-educação.
Aqui, de uma forma geral, as forças completaram e estiveram a serviço do desenvolvimento físico, e o homem emancipa-se de uma educação herdada; ele chega nesta idade com um patrimônio: um corpo adulto e uma estória pessoal, familiar, escolar.
Aos 21 anos, a entidade psíquica individual, o “Eu” começa realmente a se formar.Uma parte supra-sensível do ser humano, mais exterior, é desperta, acordada, e é aquela que está em contato com o mundo exterior – e por isso mesmo, muito mais impressionável por ele.
O ser humano, nesta fase, depende muito da aprovação de fora, e funciona em altos e baixos, deixando-se influenciar pelo externo, e a luta é não se deixar impregnar demasiadamente, paralisar ou impedir-se de viver emoções –
neste período a vida está para isto. São momentos fortes, onde temos que pesar e refletir sobre o que herdamos, olhar para o que ganhamos e o que temos, e avaliar deste patamar o que serve aos nossos propósitos de vida, o que devemos incrementar e do que podemos abrir mão – valores que nos serviam até então, mas que a partir de agora podem impedir nossa própria evolução, assim como uma roupa fora de moda, que não combina ou não cabe mais.
Em olhando o que recebemos, devemos avaliar o que pode e o que deve ser mudado em favor do nosso próprio caminhar.
Temos que ter a flexibilidade e habilidade para nos despojarmos daquilo que não nos identificamos mais, da mesma forma como temos que nos reconciliar com o que não dá muito para mudar, por exemplo, com a constituição física.Na verdade, esse é o começo de um processo que vamos depurar a vida inteira.
Com o “EU” mais livre do trabalho no corpo físico, e agora ocupado com a constituição da alma, temos então maior distanciamento daquele, e por isso podemos vê-lo deste novo ângulo.
Portanto, concretamente nesta fase, podemos estar:
-procurando emprego
-terminando a faculdade
-namorando /noivando /casando
-iniciando nova constituição familiar
-tendo filhos
-estabelecendo as bases para a sobrevivência financeira
Texto elaborado a partir das palestras de Gudrun Burkhard
Seminários Biográficos – Artemísia /SP