O Significado dos Vínculos e Encontros

Cap IV

Se não reconhecemos o paraíso em que nos encontramos, aí adentram outras forças. Assim é se não temos uma relação adequada com o social, se não nos damos conta de que pertencemos a um grupo, que temos uma responsabilidade com o social, de realizar um trabalho, de querer o bem, de que o meu bem também seja adequado com o bem de todos, se não realizo atos que irão afetar o bem geral e a tranqüilidade geral.

Se não nos preocupamos com o social, uma série de forças negativas penetram dentro da alma, principalmente não cuidando e não nos responsabilizando pelos afetos e emoções que temos com as pessoas. No momento em que sentimos algo por uma pessoa e perdemos a noção de que isso é um desafio, a coisa enrosca.

Quando nós não nos damos conta de que é esse medo que é o desafio na relação, é essa dúvida que é o desafio. Se não percebemos isso, responsabilizamos o outro, brigamos com o outro em função daquilo que estamos sentindo e tudo se enrosca e entra uma série de forças muito negativas que fazem com que aquele encontro que foi marcado não leve a nada. Fica simplesmente dois seres que não conseguem se desgrudar, que ficam unidos por muito ódio ou por qualquer outra coisa e que na realidade não conseguem fazer uma relação construtiva.

A idéia hoje não é falar de todos os tipos de relações complicadas que podem surgir em função disto, mas sim se perguntar como podemos fazer para desenvolver as forças com as quais aproveitamos esses encontros, e fazermos uma relação diferente, mais espiritualizada aqui na terra. Rudolf Steiner fala que tem várias maneiras dos encontros tornarem-se muito destrutivos. A fofoca  não precisa ser no ouvido do outro, ela pode ser interior. Se fofocamos muito é sinal de que não estamos assumindo nosso processo, ou seja, é a dificuldade de estarmos assumindo nosso próprio processo. É algo que a psicologia hoje em dia se dá conta, ou seja, quando colocamos toda essa briga para fora é que não estamos sabendo assumir a briga interna. Todos os desencontros na terra provêm da dificuldade de aceitarmos a luta interior. Cada encontro, ao mesmo tempo em que promove as possibilidades de construção, por ser um desafio interno, é um processo de luta interior.

Para podermos nos relacionar com o outro temos que pelejar muito interiormente, e apesar da tormenta, conseguir construir uma relação pacífica e estável. Porque a tendência das emoções é desestabilizar tudo, vem para agitar (movimentar) e nós no meio das ondas temos que aprender a surfar. Se você quer observar o seu desenvolvimento espiritual ou o desenvolvimento do espírito do outro, não pergunte o que ele estudou, quantas faculdades fez, quantos livros ou filósofos leu, olha como ele se relaciona. É na relação afetiva que somos testados todos os dias para provar se afinal de contas estamos dispostos a nos doar, a nos responsabilizar, a nos comprometer, a sermos honestos, humildes, etc. Porque sabemos como é tentador dizer aquela mentirinha e vamos mentindo, enrolando, é uma tentação constante para toda nossa honra, nossa humildade. É importante descobrir os vínculos afetivos, compreender como estão, porque eles dão uma percepção imediata de como está o desenvolvimento espiritual de cada ser.

A espiritualidade é observada na relação afetiva que as pessoas constroem, e a briga que é jogada para fora, é uma dificuldade nossa de resolver uma confusão interna. Ou seja, devemos nos habituar a que o encontro com o outro provoca interiormente atritos e que, ou os resolvemos interiormente, ou nunca os resolveremos fora. Ou assumimos essa briga interior, esses desconfortos que ocorrem internamente ou não vamos poder fazer o encontro acontecer fora.

Outra série de maneiras das relações se tornarem destrutivas são as descritas por Freud. Todas as formas sadomasoquistas de relação, onde ela não é de igual para igual, existe uma relação de poder, de vampirismo. Ou seja, tem toda uma série de formas complicadíssimas de relacionamentos que podem surgir de encontros belíssimos, mas não é pelo fato da situação ter caído nisso que tenha que ser descartada, tem que ser é higienizada. De que maneira posso transformar isso que se tornou um enrosco, uma situação complicada, em algo construtivo e que possa unir dois espíritos?

A idéia da antroposofia não é ficar aprofundando nesse enrosco para tentar entender, mas se dar conta de que o mesmo ocorre na hora em que as duas individualidades não se dão conta de que ambas têm um desafio no meio. É impossível acontecer um vínculo se os dois lados não tomam a decisão; vínculo não se constrói de um lado só. O processo da construção de um vínculo depende da percepção bilateral do desafio que significam aquelas emoções que surgem quando duas pessoas se encontram na vida e têm alguma coisa para resolver. Se não se dão essas condições, realmente fica impossível construir um vínculo e o que vai acontecer é que forças negativas vão penetrar dentro desse processo e em lugar de se tornar algo libertador, construtivo, torna-se algo destrutivo e aprisionador que estamos acostumados a perceber todos os dias (esse tipo de desencontro).

Os encontros acontecem em qualquer idade e tudo que podemos fazer para transformarmos todos esses conteúdos emocionais que surgem do encontro cármico numa relação construtiva está relacionado com o senso de responsabilidade. Ou seja, nos darmos conta de que somos responsáveis pela possibilidade de fluxo e de troca com determinada pessoa. Tudo aquilo que aumenta a responsabilidade pode ajudar para que possamos levar a relação de uma forma mais construtiva. Uma coisa que ajuda a assumir a responsabilidade é aceitar que fomos nós que plantamos isso. Essa teoria da reencarnação ajuda no processo de nos tornarmos responsáveis na medida em que aceitamos que estamos colhendo algo que plantamos e que isso não é gratuito. Ou seja, a pessoa está evidenciando algo, um sentimento que era genuinamente meu e que antes de encarnar eu plantei lá. Temos sempre que nos perguntar se aquilo que o outro sente tem relação comigo. Fui eu que plantei? O que você sente nessa relação comigo? O que provoca minha maneira de falar, minha maneira de ser? É uma maneira de percebermos que o auto conhecimento não é só um mergulho, mas que é também perguntar o que tem nos pedacinhos dos outros, ir novamente devolvendo os pedacinhos e recolhendo os próprios.

Encontramos pessoas às vezes na infância, às vezes na velhice, os encontros têm um valor que não está relacionado com o tempo. Tem encontros fugazes (duram semanas) e que marcam a vida com muita profundidade. Tem pessoas que estão na nossa vida durante 10 anos que não marcam absolutamente nada, ou seja, depende do quanto nós trocamos com as pessoas, vai depender do quanto vamos ativar na vida.

Uma forma de encontrar este processo de responsabilidade é fazer um levantamento de todas as pessoas que encontramos na vida, todas . Passar a fazer esse processo ritualístico de levantar uma lista enorme das pessoas que encontramos (desde pais, babas, empregados, vendedor de frutas na esquina, jornaleiro, professora, o porteiro da escola, etc). Com esse processo vamos nos dando conta do quanto recebemos, como foi importante aquela professora, aquele amigo que jogava bola, como foi importante aquela pessoa que eu gostaria de apagar, esquecer. Percebemos então, como tudo isso é atuante, geralmente tendemos a fazer uma estória muito do EU e pouco das pessoas e quando fazemos um levantamento, sem ficar só na relação mãe, pai, irmãos, vamos percebendo um monte de pessoas que encontramos na vida e o quanto elas foram importantes. Um, te ensinou sobre humildade, outro te falou sobre a raiva, outro te mostrou a importância do respeito, ou a importância da generosidade na vida, etc. Afinal de contas o que são nossos pais nesta história toda, nesta relação complexa e necessária e que depois vai para todas as mesas de análise e consultórios ?

Segundo Steiner, os nossos pais nesta vida, irmãos e núcleos familiares, eram nossos melhores amigos na vida anterior. Os amigos que tínhamos no meio da vida, por volta dos 30, 35 anos (entre os 30 e 40). Essas pessoas que, por tanto gostarmos e termos uma relação forte, continuamos junto e vamos nascer numa próxima vida juntos. Diz que tem uma lei no mundo espiritual que diz que o que é invisível numa vida vai ser visível na próxima. Nós não vemos o amor e não vemos o amor existindo entre duas pessoas e esse processo de amor entre duas pessoas numa vida é o que vai fazer com que os rostos se pareçam. A semelhança física numa vida é o tanto que se amou na vida anterior. Essa semelhança do rosto, de postura, de movimento, é o tanto de amor que tinha na vida anterior. Mas como as relações afetivas são complicadas não resolvemos numa vida e temos que resolver na outra.

O senso de responsabilidade de resolvermos as relações familiares é muito mais amplo do que a visão colocada pela psicanálise, de que se não resolvemos a relação afetiva do núcleo familiar, vamos ter problemas para frente.Você já amou, já teve uma relação profunda com essas pessoas, optou se encontrar com elas e mesmo assim conseguiu fazer um belo de um enrosco. Se você não conseguiu terminar bem nem com o que já começou, vai ser difícil você começar outra coisa. Devemos ter um senso de responsabilidade com nossos pais e nos darmos conta de que na realidade fomos nós que plantamos essa necessidade, nascer até parecido pelo tanto que nos amamos na vida anterior. Esse tipo de relação também só pode ser resolvido se houver uma decisão dos dois lados. Se nos relacionamos com uma pessoa e queremos solucionar algo e a outra pessoa não está querendo, podendo ,ou não está nem percebendo, vamos ficar com um buraco (um rombo).

                                                                                  Gerardo A.Blanco

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Published in: on 29/05/2009 at 7:30 p05  Deixe um comentário  

O Significado dos Vínculos e Encontros

Cap III

Esse é um grande desafio,o de conseguirmos lidar com esses sentimentos que a pessoa provoca na gente (de dependência, de ira, de simpatia, antipatia, etc.)

Desde o momento em que consideramos que dentro da nossa vida psíquica tem também uma dimensão espiritual, mesmo que não sejamos conscientes do tamanho dela, isso muda totalmente a visão que temos a respeito de nossos conteúdos psicológicos.

É totalmente diferente dizer “eu sou uma pessoa cheia de paixões e medos” ou dizer “eu tenho uma alma, eu levo comigo uma alma cheia de paixões e medos, com os quais eu tenho que lidar”. Uma coisa é dizer “eu sou minhas paixões, meus instintos e minhas emoções”, e outra coisa é dizer “eu sou um ser que observa as paixões objetivamente de fora e que carrega isso e quando eu tenho que me encontrar com uma determinada pessoa, eu carrego isso comigo e essa é a minha dificuldade”.

A outra pessoa carrega a outra dificuldade.

Ou seja, uma relação muda totalmente de cor, se nos damos conta de que essas forças que surgem é o desafio que essa relação tem que enfrentar. Ex: numa determinada relação tem que enfrentar que cada vez que uma pessoa abre a boca o outro se sente ameaçado e a pessoa não está de fato fazendo nada para ameaçar. Ex: “Vamos ao supermercado?” “O que você está querendo dizer com isso?”

A presença da outra pessoa já faz sentir um tom de ameaça (sentimento) e isso foi planejado, e depois temos que suar como um louco para perceber. “Eu me sinto ameaçado, mas não estou sendo ameaçado e apesar do sentimento de ameaçado eu não vou agir como se eu fosse ameaçado”.

É uma questão de nos tornarmos conscientes e na química dos encontros cada pessoa provoca um tipo de sensação diferente. Ou seja, a dimensão espiritual nos traz um senso de responsabilidade diferente e é interessante perceber no momento em que ocorrem os encontros quando eles têm uma relação cármica forte (bastante emoção). Isto significa que em cada relação que temos com as pessoas, as dificuldades que temos que superar são específicas (mãe, pai, filho, irmão, etc.). Com mãe é uma, com marido é outra, etc; ou seja, em cada caso tem uma situação.

A maneira como é entendido o carma na antroposofia é assim: você vai encontrar pessoas e é inevitável que você sinta certas coisas, isso é o carma. Ou seja, eu encontro uma pessoa e essa pessoa me amedronta, isso é o carma. A liberdade está no que eu faço com isso. O fato de ter medo, não significa que tenho que fugir,é como eu respondo a esse sentimento que esse encontro me provoca. Isso é totalmente diferente de simplesmente reagir em função dos impulsos que sentimos quando encontramos outras pessoas.

Steiner diz que, no carma não está “escrito” nada do que devemos fazer com o outro, não está determinado se devemos namorar, casar, etc. O que está no carma é o que vamos sentir: encontrou = sentiu. Se vai casar, morar junto, se ver 2 vezes por mês, não encontrar, isso é problema seu.

No carma não está escrito. Mas o que não podemos evitar é que perante essa pessoa tenhamos uma determinada sensação.

Deveríamos prestar atenção justamente naquelas pessoas que gostaríamos de apagar com borracha, porque é ali que estão as maiores dificuldades para vencermos na vida. São desafios grandes especialmente pela falta de preparo afetivo que temos na nossa cultura.

Não sabemos lidar com esse tipo de conteúdo e geralmente encontros muito importantes, colocamos em nossa vida em páginas que quando voltamos a folhear, pulamos e não queremos voltar nela porque, na realidade, é insuportável lembrar. Talvez esteja por trás desses encontros o que mais precisássemos ter aprendido.

É justamente por ser difícil que devemos prestar atenção.

Aqueles que rolam soltos, fluem, que conseguimos resolver, estão resolvidos, o problema é tentar se relacionar com esses tipos de encontros nos quais a relação não é fluida, é complicada e exige muito da gente.

Carma é o inevitável do que sentimos, não conseguimos evitar certos sentimentos com certas pessoas, ou de muita simpatia ou muita raiva, isso é inevitável.

Mas, o fato de ter raiva não significa que tenha que agredir o outro, essa é uma possibilidade (mais cômoda). Posso sentir raiva, estar consciente disto, perceber a inoperância que esse sentimento tem e me comportar de acordo com o que eu quero construir, com o que estou sentindo.

Isso já é começar o processo da construção de um vínculo.

Depois que acontece um encontro e temos uma relação afetiva, emocional, mobilizante, forte com uma pessoa, se não conseguimos um processo de construção de uma relação conscientemente conquistada através dessas emoções que surgem, muitas forças negativas podem penetrar na relação. A falta de poder resolver uma determinada situação, não somente traz o problema daquilo que não conseguiu resolver com a pessoa, mas tem uma série de forças espirituais no ambiente que também começam a penetrar e além da coisa ficar enroscada, ela fica destrutiva.

Já esse processo de destrutibilidade é a possibilidade que damos para a entrada de forças negativas para o desenvolvimento humano.

Dos sentimentos que temos, nem todos são nossos, não devemos nos apossar e nos responsabilizar por tudo que sentimos interiormente. Parte do processo de auto-conhecimento significa perceber o que é meu e o que não é meu.

Quem faz análise ou trabalha como terapeuta sabe como é difícil, dentro de um processo de vida anímica,  uma pessoa descobrir o que é seu e o que não é seu. Se uma relação está complicada e enroscada é muito mais difícil perceber o que é meu. O processo de conhecimento interior nos mostra que nem tudo que sentimos é nosso. Tem muitas questões que sentimos em função do meio social em que nos encontramos, então, quando vamos encarnar, não encontramos somente com pessoas específicas, mas com seres espirituais que estão governando uma população inteira. Então, muitos sentimentos que temos são pertencentes ao grupo e que carregamos dentro de nós.

Um brasileiro tende a sentir diferente de um paraguaio ou um francês.

Quando por exemplo falamos com um italiano, ele tem um monte de sentimentos interiores por ser italiano, e não por ser ele. Então, tem uma série de sentimentos dentro da nossa alma que pertencem ao âmbito social.

Tem uma série de sentimentos que correspondem ao âmbito espiritual.

Nesse processo de encarnação e vida na terra, muitos seres espirituais influenciam nossa vida (anjo da guarda, arcanjos, arqueus, etc) e vão ajudando no processo de construção e  semeando dentro de nós uma série de sentimentos.

Então, muitos sentimentos que temos não pertencem à nossa alma, mas sim, à nossa época. Por ex: nesta era atual tem um arcanjo que é São Miguel que está encarregado de fazer essa nova era surgir. Sentimentos dentro de nós, como o sentimento da nova era “Sinto que tenho que mudar: a relação com a matéria, com as pessoas, com a medicina, com a psicologia, etc”.

E sinto isso como algo muito íntimo e quando vou falar com uma outra pessoa ela também sente a mesma coisa. Então, na realidade não é um sentimento que é meu, mas manifesta-se através de mim a necessidade de um ser que está tentando mudar algo. É essa a maneira como o mundo espiritual penetra nos humanos, provocando esses sentimentos e fazendo surgir novas eras, novas descobertas.

Tem ainda uma terceira espécie que seriam os afetos dos encontros, ou seja, os sentimentos que nossos amigos, nossa família plantam em nós antes de encarnarmos e depois descobrimos interiormente e que na realidade é um sentimento que foi plantado pelo outro, que reconhecemos interiormente, mas nossa missão na vida é devolver (“olha, isso estou percebendo que é seu”). Perceber que esse sentimento não é meu e só surge quando encontro com você, você provoca esse sentimento em mim, isso é uma coisa sua.

Eu te devolvo e te torno consciente.

Tem ainda uma última área, relacionada com a individualidade, aquilo que é realmente original, único, meu. Aquele processo todo que me leva como uma vocação a descobrir aquilo que vou fazer na vida. São os meus sentimentos originais e genuinamente meus. Então, o processo do auto-conhecimento é muito complicado, porque precisamos estar sempre discriminando o que é realmente meu e o que não é.

Qual sentimento vai me levar a descobrir o meu destino ? Eu estou querendo fazer isso por uma necessidade pessoal ou é uma necessidade cultural que está me obrigando a fazer o que eu não quero fazer? Passamos anos para diferenciar se é o social que está me obrigando ou se sou eu que estou querendo. Esse processo não é nada simples. Isso tem uma importância especial, porque em qualquer uma das circunstâncias em que abandonamos qualquer um desses aspectos, a tendência é que os encontros virem ganchos, enroscos, relações muito destrutivas.

Por exemplo: abandonar o seu próprio processo e deixar de ser você mesmo. Se você quer realmente garantir que daqui para frente as relações não vão funcionar, não seja você mesmo. Não assuma, não tenha coragem de ser você mesmo, não assuma sua vocação, sua responsabilidade, não se responsabilize pelos seus sentimentos.

Outra maneira é quando perdemos contato com o espiritual, a falta de reconhecimento, de gratidão pelo corpo que temos, pela natureza, etc, a falta de reconhecimento de tudo isso como algo sagrado, espiritual, se vamos perdendo contato com isso e vamos vendo nisso somente matéria, aí também outras forças podem penetrar.

Steiner fala que no mundo espiritual, ao qual pertence nossa alma, não pode ter vazio e quando algo não é preenchido de sua correta forma, sempre vai ter uma outra força para entrar.

Gerardo A. Blanco

Published in: on 20/05/2009 at 7:30 p05  Deixe um comentário  

O Significado dos Vínculos e Encontros

                                                                                                                   Cap II

Muitos pedacinhos da nossa alma nós deixamos na alma de uma outra pessoa para quando encontrar aqui na terra essa pessoa devolver esse pedacinho para a gente.

Então, o processo de marcar os encontros para uma próxima vida é um processo no qual trocamos “pedacinhos de alma”. É um processo de doação no qual semeamos algo no outro. E o que semeamos no outro? Diz Steiner que o que semeamos no outro é o que esta pessoa vai sentir por nós depois quando estivermos encarnados.

Nós semeamos sentimentos das mais variadas espécies: de muita simpatia, de muita antipatia, de raiva, de dúvida, etc e deixamos isso na alma de outras pessoas e no momento em que encontramos essa pessoa na terra, vai ser ativado esse sentimento.

Quando duas pessoas que, tendo feito esse tipo de troca, se encontram aqui na terra, acontece algo diferente. Tem algumas características que peculiarizam na vida o encontro de pessoas que fizeram essa troca. É importante nos darmos conta de que, quando nascemos, quando vemos uma pessoa e sentimos algo, que isto é algo que esta pessoa plantou antes de nascermos. E aquilo que estamos provocando na pessoa e a pessoa relata sentir, é um pedacinho que deixamos semeados lá. Isto é importante, porque na nossa alma nós somos incompletos e quando nascemos deixamos um monte de retalhos divididos no mundo. E a passagem pela vida e os encontros que ocorrem na terra é um processo da gente voltar novamente a recolher todos os pedacinhos que deixamos plantados nas outras pessoas. Mas tem um mistério aí, esse pedacinho não pode ser pedido, tem que ser recebido de livre e espontânea vontade da outra pessoa. Não adianta ficar de joelhos, nem pedir por favor me devolve o que eu te dei! Diz Steiner que isso é um voto de confiança que damos ao outro.

Por exemplo: vou deixar esse pedaço com você e na próxima vida com seu esforço e seu trabalho você vai me devolver isso, e se a pessoa não quiser devolver, ficamos sem.

Esse processo é tão importante que quando encontramos com uma pessoa e não conseguimos construir um vínculo criativo e construtivo, o buraco que fica na alma é capaz de provocar doenças. É um absurdo tentarmos ser saudáveis apenas fazendo um processo de desenvolvimento interior. Podemos comer toda dieta integral e naturalista, podemos fazer todos os alongamentos, tai chi, todas as técnicas corporais, mas se não conseguimos relações afetivas saudáveis no mundo, vamos adoecer simplesmente porque um pedaço nosso não foi trabalhado. O  processo dos encontros é levado até o plano da saúde, na medida em que,se outros pedaços da nossa alma não são ativados ,podemos simplesmente vir a ter uma doença.

Então, acontece de encontrarmos aqui na terra com uma pessoa com a qual fizemos uma troca, e aí, surge a pergunta: Como vamos reconhecer?

Como vamos saber que é um processo de encontro que marcamos com uma pessoa antes de chegar?

Steiner fala que tem várias maneiras de se reconhecer, só que não tem uma regra para isso porque o processo é muito complexo.

Uma coisa que caracteriza o processo de um encontro cármico, que tem uma origem no passado, é quando uma pessoa encontra outra, sente algo e quando vai descrever para o outro diz: “Acabei de conhecer uma garota que você nem imagina, é incrível, é fantástica, tem uma doçura, uma sensibilidade, etc.”

E a outra pessoa não conseguiu ver nada daquilo nesta garota.

Então, uma das características é que outras pessoas que não estão no enrosco, não vêem nada do que a pessoa vê. É uma possibilidade que temos de , de repente, penetrar no outro e perceber conteúdos da sua alma e o que estamos percebendo no outro não é projeção, é realmente a possibilidade de se dar conta de um conteúdo que o outro tem. É como se o encontro cármico fosse um raio X e conseguimos penetrar na alma do outro e pegar algo que ninguém vê.

Se você conhece uma pessoa e a descrição que você faz todo mundo concorda (é médico, oftalmo, simpático, etc.) provavelmente esse encontro não é cármico.

Agora se a sua descrição é assim, que fulano antipático,  grosseiro, e as outras pessoas não o percebem assim, (olha não é assim, ele não é grosseiro) é sinal de que essa pessoa semeou em você algo que não semeou no outro.

Então, você é que está acordando para esse sentimento, que ele plantou dentro de você, ou seja, essa é uma maneira de perceber quando o encontro é cármico.

A descrição da pessoa é muito subjetiva.

Isso é muito importante, porque essa descrição subjetiva atrapalha muito nossa visão do outro e é justamente através dessa subjetividade que somos impulsionados a nos relacionar com as outras pessoas e isso pode ser a base de algo muito construtivo ou também, a base de algo muito destrutivo, no momento que essa emocionalidade que ninguém está percebendo começa a se enroscar uma na outra e a relação começa a se tornar complicada.

Steiner diz que uma segunda forma de saber se o encontro é cármico, quando o encontro é marcado, é quando a pessoa rapidamente entra nos nossos sonhos. Conhecer uma pessoa e sonhar no mesmo dia, provavelmente é um encontro cármico. E com certeza o encontro é cármico se sonhamos antes de conhecer a pessoa.

Se sonharmos depois, ainda temos a possibilidade de confundir, mas quando sonhamos antes de conhecer, esse encontro realmente é um encontro de destino.

Mas as maneiras de reconhecermos se um encontro é cármico ainda não está explicado com essas questões, pois existem outras questões que envolvem também os encontros entre as pessoas.

A maneira de reconhecermos se um encontro é cármico é através do desenvolvimento da sensibilidade e não da inteligência. É um processo sensível e na medida em que vamos desenvolvendo a nossa sensibilidade para a construção de vínculos fortes no mundo, vamos nos dar conta de como são importantes esses encontros que acontecem aqui na terra. Ou seja, o sentimento que permite reconhecer é o sentimento de responsabilidade perante o encontro, onde passamos a nos dar conta, pela necessidade de construir um vínculo com uma pessoa, como é importante esse sentimento, como é importante esse encontro, como é importante essa pessoa ter aparecido na nossa vida, como é forte esse sentimento e como é necessário trabalharmos com esse sentimento para podermos construir algo. Então, se não estamos atentos para a importância dos encontros, não vamos nos dar conta nunca na realidade, de que é um encontro cármico. Se achamos que as pessoas são descartáveis e usáveis nunca vamos ter essa noção.

Diz Steiner que, essa é a força propulsora para os encontros na terra, só que, por uma série de dificuldades, nem todo mundo se dá conta.

O ideal nos encontros na terra é que as duas pessoas sintam e que as duas se responsabilizem pela relação (2,3,4 ou mais pessoas). Mas o que acontece na realidade num encontro cármico é um despertar de sentimento que não podemos evitar, ou seja, são emoções que surgem do encontro e que é esse o conteúdo do carma que precisamos resolver e trabalhar com essa pessoa especificamente.

Muitas vezes duas pessoas se encontram, passam 30 anos juntos, trabalham na mesma firma e não se dão conta. Isso depende muito da sensibilidade que a pessoa tem. Steiner falava que era muito comum na época dele dois homens se encontrarem e pela dificuldade de um homem encontrar outro e dizer: “Nossa… como você mexe comigo!” e pelo machismo e por toda dificuldade em considerar que entre dois homens possa ter uma ligação afetiva forte, muitos encontros entre homens se perdiam pela dificuldade de trabalhar essas dificuldades afetivas e também, pela dificuldade que os homens têm em lidar com o afeto.

Uma possibilidade, que é a pior de todas, é passarmos pela vida, passarmos anos com uma pessoa próxima, e não nos darmos conta de que tínhamos uma relação para resolver com essa pessoa. É a pior porque se perde tudo que foi marcado antes de nascer. Esse tipo de situação é que propicia doenças indolores.

A pessoa vem na terra, marca um encontro, o espírito no fundo está sofrendo por um encontro que não se realizou, a consciência não está percebendo o sofrimento e vai criando doenças crônicas. Muitas doenças, especificamente o câncer, é por essa dificuldade que temos de nos dar conta de que estamos nos encontrando aqui na terra com pessoas pelas quais temos uma ligação muito profunda.

Esta é a pior situação.

Outra que é muito doída também, mas já é uma dor mais consciente para um dos lados e inconsciente para o outro, é quando duas pessoas se encontram e uma se dá conta e a outra não percebe nada. É uma situação provável e muito freqüente, onde uma pessoa tem mais facilidade de contato com sua vida afetiva, reconhece que aquela relação está mobilizando uma série de coisas que são importantes e para a outra pessoa esse encontro não tem significado nenhum.

Todos nós temos experiências desse tipo de encontro.

Outra possibilidade é: as pessoas se encontram, vem todo um monte de emoções à tona e isso não tem nada com o carma, mas sim com projeções e problemas pessoais que jogamos nos outros. Nesse caso, não estamos resgatando nada, mas criando um pepino que teremos que resolver na outra vida. Ou seja, podemos encontrar com uma pessoa e por uma questão não resolvida em nós, jogamos uma antipatia e dizemos “você é responsável porque plantou antipatia”.  Steiner fala que a pessoa não tem nada com isso, a antipatia é nossa, estamos irritando a outra pessoa e fatalmente teremos que nos encontrar em outra vida para resolver essa irritação que não tinha nada com a pessoa.

Temos que aprender a distinguir, dentro de nossa alma, quando é uma projeção nossa. Que o primeiro momento do encontro é como se existisse uma percepção de EU para EU. Percebem-se dois espíritos, e daí para frente, aquilo que foi dado de graça na paixão agora vai ter que ser conquistado.

                                                                                            Gerardo A. Blanco

Published in: on 15/05/2009 at 7:30 p05  Deixe um comentário  

O Significado dos Vínculos e Encontros

Cap I

Vou começar contando uma estória que chama “A Sereia do Lago” dos Irmãos Grimm. É uma história para crianças e embora saibamos o seu significado mais profundo, não é interpretado para elas. As crianças entendem, pois elas têm uma ligação muito mais rápida com essas forças arquetípicas.

Era uma vez um dono de um moinho que morava num campo e que era muito rico. Toda farinha que fazia era muito apreciada na redondeza e vinha gente de longe comprá-la. Ele foi ficando cada vez mais rico e foi se acostumando com essa vida regalada, cheia de ouro.

Repentinamente, não se sabe o que aconteceu, ele começou a perder clientes, as pessoas pararam de comprar sua farinha, reclamavam da qualidade dela apesar dele continuar usando a mesma técnica. Ele começou a ficar pobre. E quando isso aconteceu ele começou a ficar muito angustiado e não pensava em outra coisa (os adultos costumam se preocupar muito com dinheiro). Estava então muito angustiado com essa situação econômica difícil e no desespero resolveu dar uma andada pelos campos. Perto de onde ele morava tinha um lago e, nesse lago, morava uma sereia e ela era terrível. Todo mundo tinha pânico dela. Ela tinha um encanto que atraia as pessoas e tinha uns poderes meio malignos. Todos sabiam da sereia e evitavam o lago, só que o nosso personagem estava tão envolvido com sua situação econômica, que não se deu conta e passou na beira do lago e nesse momento escutou um canto, uma força irresistível atraindo-o.

Ele sabia que não deveria olhar para lá, mas olhou e a sereia olhou nos olhos dele e disse: “Eu sei os problemas que te afligem, eu posso ajudar a resolver”. Mas ele começou a duvidar, perante os encantos da sereia, se aceitava ou não a sua ajuda. Então ela disse: “é simples, eu passo a fazer com que sua farinha seja vendida outra vez, você ficará o homem mais rico do país e só terá que me dar um presente, eu não vou te pedir nada, só quero que você me dê o que acabou de nascer em sua casa”.

No nervosíssimo em que se encontrava e como tinha uma chácara pensou que poderia ser um pinto, um porquinho ou um patinho e achou ótimo fechando o trato com a sereia.

Depois foi para casa com certo incômodo e quando chegou a empregada contou-lhe contente que tinha nascido o seu filho. Então ele se apavorou com a situação e percebeu que a sereia tinha conseguido enganá-lo. Com o tempo, como passou a ganhar muito dinheiro, foi se esquecendo da situação e acabou achando que tinha enganado a sereia, pois ela não tinha vindo reclamar o filho.

 Proibiu o filho de passar perto do lago, pois estaria correndo um grande risco e o filho se criou sem nunca ter ido para perto do lago. Quando o filho cresceu, quis se tornar caçador, e foi para uma aldeia vizinha onde aprendeu a caçar e se tornou um bom caçador. Apaixonou-se pela filha de um caçador, se casou e viveram felizes numa casa de campo em perfeita harmonia.

Uma noite ele saiu para caçar e matou um veado. Quando foi carregá-lo sujou a mão de sangue e percebeu que estava perto do lago e quis lavá-la. Mas quando colocou a mão dentro da água saiu uma mão de mulher que pegou a sua e puxou-o para dentro da água (para o fundo) e sumiu.

A mulher em casa sentiu uma angústia e ficou preocupada com o marido. Então saiu durante a noite para ver o que tinha acontecido com ele .

Quando chegou ao lago e viu o que tinha acontecido ficou desesperada.

Conta a história que ela gritou feito louca, porque a dor era muito grande e gritou tanto que se cansou e dormiu na grama. Quando estava dormindo ela teve um sonho e no sonho subiu umas montanhas e atrás das montanhas tinha uma casa de madeira muito pobre.

Quando acordou quis fazer o que o sonho pedia. Então foi, reconheceu as montanhas do sonho, subiu por elas e do outro lado tinha uma casa e na casa tinha um velhinha. Então contou todo o problema para velhinha e ela lhe disse: “É só isso o problema? É simples, eu vou te dar a solução”.

Deu para ela um pente de ouro e disse “Na próxima noite de lua cheia, você vai pentear o cabelo com esse pente de ouro e vai deixar o pente de lado e vai ver o que acontece…”

Ela pegou o pente e ficou muito aflita porque ainda faltavam alguns dias para a noite de lua cheia. Quando chegou a noite de lua cheia ela se penteou, com toda calma que podia, e na hora em que colocou o pente na grama, uma onda de água se levantou para pegar o pente e nesse momento apareceu a cabeça do marido fora d’água. Não deu nem para se comunicar, nem para trocar alguma palavra.

Então ela voltou a ficar desesperada, começou a gritar feito louca e tanto gritou que pegou no sono outra vez. Quando ela pegou no sono, teve o mesmo sonho e decidiu voltar na casa da velhinha.

Chegando lá a velhinha disse: “É só isso que te preocupa, é simples, leva esta flauta de ouro e quando chegar a noite de lua cheia toca uma música na flauta, depois coloque a flauta de lado e vê o que acontece. Quando ela deixou a flauta, veio uma outra onda um pouco maior que a anterior, o marido apareceu, esticou os braços para ela e a água puxou-o outra vez.

Ela ficou desesperada e tanto gritou que dormiu e quando dormiu teve um sonho (montanha e casa) e resolveu ir ver a velhinha. A velhinha disse: “Mas é só isso que te aflige? Isso a gente resolve e deu-lhe agora uma roca de ouro. E disse: Na próxima noite de lua cheia você tece com a roca de ouro e depois deixa de lado e vê o que acontece”.

Quando chegou a noite de lua cheia ela teceu e quando deixou a roca na grama veio uma onda maior para carregar a roca e o marido saiu até os pés. Nessa hora ela pegou o marido pela mão e saiu correndo com ele conseguindo salvá-lo. Mas então escutaram um barulho atrás e quando olharam perceberam uma onda enorme, o lago todo levantou e vinha para engolir os dois. Quando ela viu a onda não soube o que fazer e invocou dentro dela a força da velhinha e pediu que salvasse os dois. Imediatamente ele se transformou num sapo e ela numa perereca e no que veio a água, não afogaram porque sapo e perereca nadam muito bem.

Só que depois que a água passou e se estabilizou, o sapo foi parar num lado do lago e a perereca do outro lado e por um passe de mágica voltaram a ter forma humana.

Mas aconteceu um mistério, eles esqueceram toda a história, não lembravam quem eram, nem o que tinha acontecido. Esqueceram tudo. Apareceram assim, um homem e uma mulher sem identidade, e ambos decidiram ser pastores. Como pastores ficaram errantes pelos campos tocando as ovelhas e de longe um via o outro e foram criando uma amizade, conversavam mas não se davam conta do que tinha acontecido. Até que numa noite, que era de lua cheia, os dois estavam sentados e estavam com uma certa tristeza, as ovelhas estavam calmas e o pastor tirou do bolso uma flauta e começou a tocar. Quando começou a tocar, ela começou a chorar e a ter lembranças do lago. O pastor então perguntou o que estava acontecendo e ela disse que era essa a música que havia tocado perto do lago na 2ª vez que tentou tirar o marido de lá.

Na hora em que ela falou isso, foi como um encontro, a lua estava iluminando o rosto dela e ele a reconheceu. E eles se abraçaram loucamente e foram felizes para sempre”.

Esta estória tem um conteúdo, evidentemente simbólico, a respeito do reencontro de uma vida para outra dos seres que tinham algo em comum, que é o tema que vou tocar hoje.

Diz Rudolf Steiner que muitos dos encontros, não todos, que ocorrem numa vida, e não são poucos, são encontros marcados quando passamos de uma vida para outra.

Esse processo acontece de uma forma bastante poética. Quando desencarnamos, nossa alma tem que fazer uma subida pelo mundo espiritual, aonde irá se elevando e passando por uma série de esferas de qualidades diferentes. O corpo fica na terra e a nossa alma continua junto com o espírito, numa viagem que vai passar por toda uma série de camadas, passando por uma série de experiências.

No momento em que estamos entre uma vida e outra, isto é, entre a morte e o novo nascimento, acontece uma coisa interessante com a alma.

Quando estamos na terra, temos um corpo e a alma ocupa um determinado espaço e tem um certo tamanho diferente, dependendo do desenvolvimento da pessoa. Isto é, é possível perceber a alma de uma pessoa num determinado local, mas assim que a alma desencarna, ela começa a adquirir dimensões praticamente “incomensuráveis” na nossa medida humana e as almas todas começam a se misturar. No mundo espiritual as almas de duas ou mais pessoas falecidas podem ocupar o mesmo espaço. Passamos então um determinado tempo misturado com outros seres com os quais iremos fazer uma série de trocas. Então, são pessoas com as quais já tivemos experiências na vida anterior ou pessoas com as quais vamos determinar uma experiência na próxima vida.

Como é que nesse momento o espírito decide que vai precisar ter uma experiência com uma pessoa numa próxima vida? Como esse processo é feito?

No momento em que cada alma se recolhe para começar um processo de encarnação, acontece algo interessante. Nesse momento, não voltamos só com a nossa alma, mas carregamos pedacinhos dos outros, das outras almas e as outras almas carregam pedacinhos das nossas almas. Esse é um processo pelo qual marcamos nossos encontros, ou seja, quando nascemos, a nossa alma não é somente nossa, nascemos com conteúdos que são eminentemente nossos e com conteúdos que recebemos do outro.

                                                                                        Gerardo A. Blanco

Published in: on 09/05/2009 at 7:30 p05  Deixe um comentário