
Quando oprimidos pela densidade do sofrimento, da angústia e do medo, pelos sentimentos de solidão e perda, podemos sempre recorrer àquilo que pessoalmente faz sentido e tem poder para nos libertar.
Cada um tem em si mesmo um relicário onde pulsa a fonte da vida, aquela que nos restaura, eleva, que a tudo confere nexo, e faz tudo valer a pena. Algo que nos transfere do peso para a leveza.
Podemos acessar essa “fonte de vida” pela via do passado, quando, por exemplo, nos conectamos com as mais caras lembranças da nossa infância – memórias nas quais sentimos que o mundo era um lugar maravilhoso para se estar.
Também podemos chegar a essa esfera através do presente, nele buscando reconhecer aquilo que de fato nos faz sentir vivos, seja o encontro com um amigo querido ou uma atividade prazerosa. Podemos ainda sentir a força dessa energia quando planejamos um futuro que almejamos e damos passos firmes em sua direção.
Assim as perspectivas do passado, do presente e do futuro se ampliam e tornam-se imensos mananciais de vitalidade.
Tempo e espaço ganham ainda maior dimensão, quando avaliados sob o prisma da Antroposofia, de acordo com a o qual o espirito humano, nossa identidade-mor, obedece às leis da reencarnação, das repetidas vidas sobre a Terra.
Desse ponto de vista, a vida se expande para aquém do nascimento e além da morte, em um moto contínuo de aprendizagem e evolução.
E quando então conhecemos e/ou reconhecemos esta visão de ser humano em sua dupla natureza, material e imaterial, tudo adquire outra proporção e significado.
A dor, o luto, os aspectos sombrios da existência, o bem e o mal, as origens e o propósito da vida humana.
Aos interessados em aprofundar neste tema de vida antes do nascimento e vida após a morte, sugiro a leitura do livro Teosofia, de Rudolf Steiner.
Eliane Utescher
Psicóloga / Terapeuta Biográfica
05/03/2021