Cap VI
Na medida em que estamos tendo um processo sagrado, amoroso com tudo isso, vamos desenvolvendo dentro de nós forças muito mais positivas, e quando abandonamos tudo isso, entra muita negatividade na alma, essa falta de ligação com o espiritual.
Outra coisa importante é reconhecer a incapacidade de resolver muitos enroscos.
Temos que perceber que os encontros hoje em dia têm sido cada vez mais complicados e temos um preparo afetivo-social muito primitivo para resolver isso. Está cada vez mais difícil se relacionar, por uma série de mudanças que estão acontecendo dentro da alma do ser humano nesse momento, pois além de tudo estamos mais conscientes dos conteúdos interiores.
Diz Steiner, que cada vez mais iremos perceber isso.
No começo do século as pessoas se encontravam e não viam tanta coisa, mas as novas gerações vão percebendo cada vez mais coisas nos encontros e isso os tornam mais difíceis.
O importante é reconhecer nossa incapacidade e procurar ajuda, um terapeuta, uma consulta com uma pessoa especializada, porque não tem nada mais difícil do que tentar resolver uma tormenta na qual você está no meio.
É preciso ser humilde, reconhecer nossa incapacidade e, pela valorização desse encontro, procurar uma consultoria de alguém que entenda e possa ajudar (separações, doenças graves, etc)
Muitas vezes estamos desacordados para o encontro e uma doença faz perceber o valor (culpa, medo, piedade, tudo aflora). O desafio de se amar, de se compreender, é difícil, em certas situações, dificílimo.
Nosso carma é aproximado, não é exato e na medida em que perdemos contato com nosso interior, vem um chamado, que pode vir até com sintomas físicos (diarréia, pressão se altera) que precedem o encontro e na hora não entendemos o que isso está significando, não sabemos interpretar e o encontro passa e se perde.
Não encontramos fatalmente com todas as pessoas, ocorrem também muitos desencontros.
Como somos seres livres, que erramos muito, e que tomamos uma série de decisões, podemos por exemplo, pegar um avião justamente na época que estava programado um encontro porque a intuição não deu nenhum palpite e assim vai-se para o norte quando deveria ter ficado em São Paulo ,(estava tudo marcado e não deu para encontrar).
É um processo de sensibilidade, todo um contato com a vida emocional sensível.
Buda conseguiu chegar num estágio máximo que um ser humano pode chegar e poderia passar para um próximo estágio, mas decidiu não ir. Disse que só iria dar um passo mais adiante quando todo mundo, toda a humanidade passasse desse estágio. Parou por opção. Todo ano tem um presente que Buda dá para a humanidade na primeira lua cheia de maio,ou seja, ele se aproxima da terra e dá uma benção pela paz da terra, é um ser da paz.
É uma promessa que todo ano ele cumpre.
A diferença entre a astrologia e a antroposofia é que na astrologia se diz que os planetas, no momento do nascimento, influenciam na vida.
Na antroposofia é o contrário, isso é, porque você tem um destino na vida, você escolheu nascer nesse momento. Esse momento te revela, mas não foi o momento que gerou tudo. Você nasce em uma determinada posição que revela muito do teu interior. A passagem que você decidiu fazer é que te faz nascer nesse momento e não o momento que te faz ser a pessoa que você é.
Tem também um ser espiritual que se doou aqui para a terra e que nasceu no dia 24 de dezembro (Jesus) e hoje (24/06) se celebra o nascimento de um irmão, de uma alma gêmea dele, que era São João (Batista). São João deve ter feito uma grande troca, porque já sabia de antemão que iria encontrar com ele. Já sabia dessa missão interior e viveu esperando para ver quando ele iria aparecer. Quando Jesus apareceu, João Batista olhou e disse: “É ele”.
Foi justamente João que fez o batizado, e permitiu que na figura de Jesus, entrasse essa entidade de Cristo que não é da terra.
Jesus Cristo são na realidade duas pessoas diferentes. Jesus é um ser humano, um iniciado de altíssima categoria que doou seu corpo com 30 anos para que entrasse uma entidade chamada Cristo, que veio do Sol.
Cristo estava muito preocupado com a incapacidade de amor do ser humano e a tortura que a terra tinha se tornado, e decidiu abandonar o sol, onde deveria estar vivendo, e vir aqui na terra.
A força Crística é, de todas as forças que existem no mundo espiritual, aquela que está mais destinada a trazer a capacidade de amar ao ser humano.
Cristo veio dar essa grande missão para a gente. Somente Ele consegue viver no meio dos seres humanos quando nós nos amamos.
Podemos ler toda a Bíblia, decorar, saber todos os mandamentos, cumprir tudo, virar carola, mas isso não traz a força Crística.
Essa força Crística chega só no momento em que conseguimos nos relacionar amorosamente. Através do amor que pode surgir entre as pessoas é que esta força vai penetrar.
Assim, duas pessoas que se amam, são um centro de energia muito grande.
Esses laços entre as pessoas é que vão trazendo essa força crística ao mundo.
Nesse amor, é que Cristo pode vir, e não através de pregações.
Amando é que vamos poder construir essa nova era.
Certa vez um professor de medicina em Amsterdan contou uma estória a seus alunos (estudantes de medicina):
“Uma mulher grávida no 5º mês de gestação tem tuberculose e sífilis, não diagnosticada até o momento (ambos podem passar para a criança produzindo uma série de má formações). Está grávida do 5º filho e mora num lugar onde não tem antibiótico e ela nunca fez nenhum tratamento nas gravidezes anteriores.
1º filho è natimorto,
2º filho è retardo mental.
3º filho tem uma série de deformidades ósseas
4º filho faleceu com 3 anos de idade
O professor então perguntou à classe qual a conduta a ser tomada.
Os alunos responderam o óbvio: aborto.
O professor então disse: “Parabéns, vejo que vocês têm um conhecimento clínico muito grande, que avaliaram todos os riscos, só que acabaram de matar o Beetowen”.
Gerardo A. Blanco