
Conectar-se consigo mesmo, à mais íntima, profunda e essencial substância da própria Identidade, ativa a dimensão espiritual da vida.
No atual estágio de desenvolvimento da nossa consciência, ainda precisamos de muitos recursos para criar e sustentar um estado mais desperto e genuinamente humano. Oscilamos entre as instâncias mais primitivas do ego e as mais refinadas do Self.
O “pós pandemia”ainda é muito recente e será preciso um tempo para avaliarmos com precisão os efeitos dessa crise para a evolução da consciência sobre nós mesmos, sobre o outro, sobre a Terra.
Todavia, experimentamos, em menor ou maior escala, uma espécie de torpor que distorce a percepção para o que somos, o que éramos e o que poderemos vir a ser. Passamos a fase aguda do trauma, mas ainda apresentamos reações e transtornos da síndrome pós-traumática.
Grandes humanistas, na Ciência, na Arte e na Filosofia, representam um providencial farol que pode iluminar nosso caminho.
Para o psicólogo croata Mihaly Csikszentmihalyi, autor da teoria do flow (fluxo), o significado da vida para uma pessoa, é qualquer coisa que seja significante para ela. Neste estado anímico, ela se sente totalmente presente, envolvida com prazer e foco no que está realizando e com a sensação de ser parte de uma entidade maior.
Na atual Conferência da ONU sobre mudanças climáticas, a Cop 26, assistimos ao empenho por acordos que visam reverter os danos ambientais que a civilização causou ao planeta. A Terra é um organismo vivo e assim como nós, em processo, nada está finalizado ainda ou fadado a colapsar, mas urge uma tomada de consciência coletiva.
No alto de uma escadaria, no museu do Louvre, encontra-se em destaque uma magnífica escultura, obra-prima que captura a atenção por sua beleza e carisma. Construída em uma época de transição entre civilizações, ela é o corpo de uma mulher alada, cheia de ímpeto.
Para que hoje possamos todos admirá-la, fez-se necessário que o arqueólogo que a encontrou em pedaços, em um santuário na Samotrácia, empreendesse diligentemente a sua reconstrução.
Precisamos ancorar nossa consciência plena na restauração da vida.
Eliane Utescher
Psicóloga / Terapeuta Biográfica
05/11/2021
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