É uma palavra que vem do grego e significa “quinquagésimo”. É o 50º dia depois da Páscoa. É a solenidade da vinda do Espírito Santo.
Antes de ser uma festa dos cristãos, Pentecostes foi a festa dos judeus. Antes de se chamar assim, tinha outros nomes e era uma festa agrícola. Era chamada de Festa da Colheita, a festa dos primeiros feixes de trigo colhidos. Com o tempo, ela perdeu sua ligação com a vida dos agricultores, recebeu o nome grego de Pentecostes e se tornou uma festa cívico religiosa.
Para nós do mundo ocidental, estas festas significam colocar diante de nós poderosas imagens que penetram profundamente nas almas.
O fundador do Cristianismo após a consumação do Mistério de Gólgota, assumiu uma nova forma corpórea, entre os discípulos, ministrando ensinamentos.
Ao fim destes 40 dias, manifestou-se visivelmente aos seus primeiros discípulos e enquanto falava com eles, dissolveu a tal forma corpórea e ascendeu aos céus. Este dia ficou conhecido como o dia da Ascensão.
Após esta data, os primeiros discípulos perderam totalmente o contato com o mestre e se sentiram desorientados e nesse estado de extrema dor pela perda, fizeram um apelo veemente em conjunto para que o Cristo os orientasse.
Passados dez dias da Ascensão, e estando eles reunidos, com profunda devoção, no dia de Pentecostes – a tradicional festa do seu povo, – presenciou-se um “súbito e impetuoso vento’ que se manifestou tanto fora como dentro do recinto, que soou como um “som de uma trombeta”.
Através dessa imagem, as almas dos primeiros discípulos foram despertadas para a visão superior. Eles foram chamados a contemplar, o que iria ocorrer na vida futura da humanidade na Terra. E tudo aquilo que eles aprenderam com o mestre, tornou-se claramente consciente e sentiram o poderoso impulso em seus corações, compreendendo que Ele entrou na corrente evolutiva da humanidade.
Em seguida ocorre a chegada do Espírito Santo na forma da ‘língua de fogo”, que desceu e pairou sobre a cabeça de cada um dos doze discípulos.
Eles sentiram os seus corações nascendo longe, muito longe, entre diferentes povos da esfera terrestre e em diferentes épocas. Sentiram também que algo novo penetrou em seus corações, que permitiu-os a expressar de tal forma que todos pudessem entender além da barreira da língua, sendo a comunicação de coração.
Viram que estavam com forças para proclamar o Evangelho em palavras que seriam compreensíveis a todos, não somente àqueles que tiveram contato direto no tempo e no espaço, mas para todos os seres humanos do presente e do futuro.
Estas imagens têm profundo significado no Cristianismo esotérico.
Na época anterior a vinda de Cristo, os seres humanos tinham fortes sentimentos de que eram membros de um povo, tribo ou raça. Isto é expresso certamente na antiga religião dos hindus, na sua crença de que somente aqueles que tinham ligações através do sangue, eram hindus legítimos.
Entretanto, a humanidade estava muito tempo nesse estado de desenvolvimento, e o espírito do povo havia atingido o final da sua missão.
E então Cristo veio para dar novo impulso nessa evolução.
Rudolf Steiner, respondendo à pergunta do que poderia ter ocorrido se Cristo não tivesse vindo na época que de fato veio, disse que a humanidade se desenvolveria por mais três a seis séculos e depois estagnaria por completo e, portanto, deixaria de evoluir.
Cristo elevou o nível do espírito do povo e nos Evangelhos esse novo espírito foi denominado por “Espírito Santo”. Assim, a partir da vinda de Cristo, os homens não mais pertencem ao espírito do povo, mas sim ao Espírito Santo.
E, portanto, não mais sentem apenas como pertencentes a um povo, mas pertencentes à humanidade universal, e isso independente do povo ou raça a que pertencem.
No dia de Pentecostes, Cristo retornou e penetrou nos corações de cada um dos discípulos de forma individualizada. Nesse dia, Cristo reapareceu em forma múltipla, permitindo que cada um dos primeiros discípulos se tornasse portador e pregador da mensagem Dele.
Quanto mais o homem adquire a perfeição interna, mais sentirá o Espírito Santo falando para o seu interior, permeando o pensar, sentir e querer, que através da divisão em multiplicidade é também um espírito individual, e atua na individualidade humana.
O homem é livre somente quando descobre o seu espírito, e quando esse espírito se torna senhor da natureza corporal, pois do contrário é escravo da natureza corporal no qual o espírito reside.
O símbolo de Pentecostes é para nós o mais precioso dos nossos ideais, constitui a meta para o desenvolvimento da alma livre dentro do envoltório da individualidade livre.
A verdadeira ação do impulso de Cristo não se revela enquanto age na alma individual humana. Cristo só estará presente quando agirmos praticando atos para outrem.
Aqueles que compreenderem o evento de Pentecostes evoluirão cada vez mais, e comunicarão com seus semelhantes de forma sempre inovadora; e assim poderão estar sempre presentes no mundo das almas individualizadas do Espírito Santo, conduzindo de maneira renovada , o impulso da alma humana.
Nós podemos acreditar no futuro do cristianismo quando entendermos realmente a idéia de Pentecostes. Sentiremos o pensamento da paz, do amor, e da harmonia, que se encontra no pensamento de Pentecostes. E nós sentimos este pensamento Pentecostes vivificando o nosso festival de Pentecostes, como garantia para nossa esperança da liberdade e da eternidade.
Ao compartilhar o mundo espiritual, o ser humano pode-se tornar consciente da sua imortalidade e da sua eternidade. No pensamento de Pentecostes nós realizamos verdadeiramente o poder daquelas palavras primitivas que iniciam e continuam a implantar, e que nos revelam o significado da sabedoria e da eternidade.
trechos do site wikipedia e do artigo de Elizeu Takase “Pentecostes, a festividade da individualidade livre”
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