O Temperamento Sanguíneo

 

Na Grécia antiga, o elemento ar não era tido simplesmente como um gás composto que entra em nós para ser novamente eliminado, mas considerava-se que a alma nele vive.

A relação entre o ar e a alma consta desde a Bíblia, Gênesis cap.2 vers. 7 : “O Senhor Deus formou, pois, o homem do barro da terra e insuflou-lhe nas narinas um sopro divino, e o homem se tornou alma viva”.

O indivíduo de temperamento sanguíneo possui grandes qualidades, como a habilidade de adaptar-se facilmente, de se sentir à vontade em qualquer lugar e sob circunstâncias inesperadas, de agir prontamente face ao inusitado e sob condições novas e diferentes.

Por outro lado, possui uma inabilidade em ser realista, em lidar com situações que se repetem, em aprofundar seja no que for.

O sanguíneo é muito susceptível a tudo que penetra pelos seus sentidos, e sua consciência está sempre voltada para o exterior, para as estimulações do mundo, sempre pronto a participar de qualquer evento que pareça interessante. Seu interesse nas impressões despertam sua imaginação, porém, raramente propicia experiência.

Ele não espera que as impressões sejam transformadas em experiência, e, muito pelo contrário, ele voa de uma para a outra .

O sanguíneo muda com facilidade, adapta-se, vive o momento e a situação imediata. Seu principal hábito é não ter hábitos .

Rotina não se encontra entre suas preferências ; ele adora se mudar de casa, viajar, mudar de emprego. Se sentem aborrecidos quando nada parece acontecer. Sua raiva é de curta duração, como uma chuva de verão que tão logo passa, os faz sorrir novamente.

Eles acham que perdoar é algo fácil e esquecem facilmente os mais ferozes ataques contra si mesmo.

O sanguíneo tem uma compleição esguia, equilibrada, proporcional.

Se sente feliz em seu corpo e, para ele, o sol está sempre brilhando.

Seus olhos são expressivos, inquietos, olham para várias direções e brilham como pedras preciosas.

Como os órgãos sensitivos possuem uma certa excitabilidade, sua movimentação é acentuada e os gestos, rápidos.

Seus atos são marcados por certa nervosidade, o andar é geralmente leve, os membros movidos sem dificuldade.

A fala é excessiva, e têm respostas prontas.

São pessoas excepcionalmente dotadas para a música, pois vivem através do mesmo meio e instrumento – o ar.

O ar respirado abandona muito depressa o nariz, tudo se passa como se a alma não tivesse o tempo necessário para se interiorizar suficientemente.

Superficialidade e vaidade são componentes de seu caráter.

Possui muitas idéias que vem e que vão ; observará tudo e não se lembrará de nada. Têm a peculiaridade de poder sentar-se ou   deitar-se em todo tipo de posições incômodas.

Sua impaciência pode levá-lo a abandonar as coisas pela metade, pode ser bastante irresponsável e superficial.

O terapeuta e educador devem tentar desenvolver um interesse permanente naquilo que é essencial. Embora o sanguíneo mostre um interesse apenas transitório por coisas, objetos e acontecimentos, ele desenvolverá um interesse pelas pessoas. Possuem um sexto sentido para saber o que acontece na mente alheia.

Deve ser tratado com carinho especial ; respeita aqueles que o vêem através de suas idiossincrasias, mas não aqueles que se enfurecem ou perdem o controle.

A experiência chega mais tarde ao sanguíneo do que às pessoas de outros temperamentos, mas quando isto acontece, observamos que ela ocasiona grandes mudanças na sua postura perante a vida.

Com o passar dos anos, ele é assaltado por um grande desejo de encontrar um porto seguro em si mesmo, um lugar fixo, estável, permanente.

O sanguíneo nos ensina a olhar além de nossos horizontes limitados e acreditar que há algo além das nuvens.

Na criança sanguínea, as forças formadoras atuam em tudo aquilo que é de natureza rítmica, na respiração e na circulação, por isso ela tem algo de alado.

Gosta de se balançar em cadeiras, redes, no cavalo de balanço, nos galhos oscilantes das árvores. Ela dança com o vento e raramente fica tonta com isso. Se interessa por tudo que a rodeia num curto espaço de tempo, retraindo rapidamente este interesse.

A criança sanguínea é igualmente sadia quando tem um corpo etérico forte, e nela predominam essa forças ; vivendo no corpo etérico, a criança corre de impressão para impressão, como uma borboleta. Após a puberdade, ela deve viver no corpo astral, que é o que junta, reúne.

Um ritmo calmo na vida cotidiana é muito importante em se tratando de crianças desse temperamento, pois é com dificuldade que ela concentra sua atenção por muito tempo em uma coisa.

Deve-se proceder com quaisquer atividades – estórias, brincadeiras, jogos – por tempo curto,com pausas, para que sua fantasia desviada possa voltar, e depois, por períodos progressivamente mais longos.

Com isso, não se deve querer retirar seu amor pela variedade.

O educador ou terapeuta deve propiciar o gasto do excesso de sanguinidade.

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O Temperamento Melancólico

 

O indivíduo com a predominância deste temperamento vive constantemente em luta com duas faces da sua natureza :

seu desejo de se sacrificar e seu impulso egoísta de não se envolver ;

ele deseja sofrer pelos outros porque sua natureza exige que faça algo por aquele por quem simpatiza .

O melancólico sente o peso da substância sólida do próprio corpo, o peso terrestre, porque não consegue penetrá-lo suficientemente e dominá-lo com sua alma, ou mesmo sua individualidade.

Ele sofre com intensidade a gravidade e isso o leva ao mal estar e à depressão, a experimentar dores mesmo em estado de saúde.

Por ser a matéria do seu corpo mais difícil de ser penetrada pelo seu ser, os gregos falavam da predominância do elemento terra, ou seja, toda a massa sólida visível. Ele também aparenta ser pesado, ainda que não o seja corporalmente, por causa de seu humor sombrio e dos ossos acentuados. Tem-se a impressão de tudo ser puxado para baixo – a cabeça, o nariz, a boca, o tronco, todo o corpo ;

sua postura denota uma falta de força de se manter ereto.

O rosto tem a impressão de dor como se fosse começar a chorar a qualquer momento. Ele também tem muita pena de si mesmo.

Seus gestos e movimentos mostram uma certa resignação, a boca especialmente expressa amargura ,e os olhos sofrimento.

Sua natureza é introvertida, tímida, com tendência à introspecção, à reflexão. Seu olhar, de luz opaca e sem brilho, é pouco interessado pelo mundo porque observa-se a si mesmo. Possui uma inabilidade em apreciar o mundo exterior e demonstrar gratidão. É somente capaz de ver o lado escuro da vida e tão envolvido por seus pensamentos sombrios, tão perdido em detalhes, que não lhe é possível perceber que pode estar errado. Seu desejo por piedade e compreensão é seu jeito peculiar de demonstrar seu egoísmo.

Ele continua a se sentir infeliz mesmo quando as causas do problema desapareceram. Especialmente no 1o estágio do seu temperamento, sente que tudo é triste e nebuloso e se coloca no centro de seu pequeno mundo, esperando piedade. Ele também espera compreensão dos outros, ainda que ele mesmo nada tenha para dar. No 2o estágio, ele ondula entre egoísmo e auto-comiseração . Ele preferiria ser altruísta, mas não tem força suficiente para manter tal atitude, e então recai no seu velho estado egoísta. Vive então em contínua oscilação, sempre beirando uma crise, e é somente no 3o e último estado que é capaz de ver que sua maior satisfação é servir os outros. Quanto mais ele age com base nesta convicção, mais enriquecido se sente neste momento de sua vida.

O melancólico raramente faz esforço para entrar em contato com pessoas e possui um desejo inconsciente de auto tortura que pode se expressar na direção do outro – ele pode se tornar um tirano se autorizado a levar vantagem sobre os outros. A situação piora se alguém o evita, pois ele recairá no 1o estágio se ninguém ajudá-lo a sair disso.

Sua expectativa por compreensão é um desejo inconsciente para se libertar de seu egoísmo, de seu ego, e encontrar seu outro lado, seu ser espiritual, seu Eu, e isso raramente pode ser realizado sem a ajuda do outro. Ele busca compreensão porque está aprisionado em sua própria parede invisível. Espera por alguém que possa entendê-lo, alguém desejoso de ouvi-lo atentamente para poder dividir esse peso, essa densidade espiritual, sem que alguém espere dele o mesmo.

Quando vencido pelo elemento terra, quando retém de forma inconsciente as substâncias no seu interior, o portador deste temperamento pode adoecer de verdadeira melancolia.

A partir do momento que sentir que alguém quer realmente compreendê-lo, ele abrirá seu coração e transbordará em simpatia e confiança. E quando, através do afeto e da firmeza, um melancólico sente simpatia pelo outro, ele cessa de ser um egoísta.

Na criança melancólica predomina precocemente o Eu.

Cedo demais a criança torna-se consciente. Isso afeta o metabolismo. Tomam lugar fortes sedimentações de sais, de tal maneira que ela se sente com o corpo pesado.

Para os adultos é uma criança esquisita, geralmente triste e mal humorada ; se ofende com facilidade e é demasiadamente consciente para sua idade, parecendo um adulto pequeno.

É capaz de registrar na memória todas as injustiças e castigos de que foi vítima. Gosta de estórias longas e tristes. Possui uma imensa capacidade de observação de si mesma – afasta de si tentativas para divertir-se porque, no fundo, não lhe desagrada ser triste.

Procura recantos escuros e silenciosos para se esconder, acocora-se sob o sofá ou dentro do armário, trepa na árvore e senta-se quieta num galho onde a folhagem a encobre ; pensa muito e tem um rico mundo imaginativo, meio estranho e avesso às pessoas.

São crianças que, em geral, não possuem muito apetite e tem aversão por alimentos carnívoros, principalmente se a aparência é visível. São esguias e magras e necessitam de um cardápio misto, com uma alimentação facilmente digerível. Gostam de doces, se cansam facilmente e têm fortes dores de cabeça. Assustam-se com água fria e gostam de calor. São emocional e fisicamente crianças delicadas.

Calor externo e interno é vital para dissolver a dureza e as cristalizações desse tipo de criança. Os adultos devem cercá-la da muito alimento anímico/espiritual, compreensão. Não devem ter receio de fazer com que participe de suas próprias preocupações e sofrimentos na medida de sua capacidade infantil, pois dessa forma se harmoniza sua melancolia infantil : colocando-a em contato com o sofrimento alheio. Ela terá prazer em sentir que alivia o sofrimento de outrem através de pequenos serviços, como enfermeiro, por ex.

Levá-la a ambientes alegres só a endureceria em sua melancolia e deixá-la viver a dor justificada é uma boa medida terapêutica.

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O Temperamento Fleumático

A Fleuma é o elemento aquático. E o fleumático, assim como o mar, pode ser muito calmo e sereno, porém, se tornar tumultuoso como um maremoto em sua força devastadora.

Em geral, no entanto, o indivíduo com este temperamento não se perturba com o que acontece ao seu redor. Ele vivencia cotidianamente uma agradável sensação de bem estar em si mesmo.

Na verdade, ele reteve, com sua constituição, uma reserva de forças de crescimento ; as funções glandulares como que permaneceram como se ainda estivessem a serviço dos processos de crescimento.

Ele nada no líquido da corrente vital e sente muito prazer com isto.

A força formativa do vivo, que permeia a natureza e o homem, o fluxo vital enfim, é percebido pelo fleumático dentro do seu próprio organismo – os processos interiores de seu corpo são por si acompanhados com deleite.

O elemento água corresponde ao processo de ganhar consciência através de uma compreensão lenta, porém, consistente dos mais profundos lugares da alma.

O indivíduo de temperamento fleumático possui um jeito próprio de manter-se consigo mesmo. Sua falta de interesse no outro é, antes,  para viver na letargia pelo prazer que isso proporciona, do que propriamente negar a existência fora de si. Nunca ocorre a ele mostrar qualquer interesse seja no que for que os outros se ocupem.

Ele gosta de ter aquela sensação de bem estar, de quem lentamente considera cada ângulo de uma situação antes de se permitir envolver em qualquer coisa que possa aborrecê-lo. Ele necessita que alguém lhe mostre de forma correta como interessar-se por pessoas e seu ambiente, pois é nessa cegueira que vive seu egoísmo.

É necessário se aproximar dele gentilmente e nunca dar ordens ou esperar que ele venha a ter sucesso nessa empreitada sem uma certa supervisão. Deve ser dada a ele a chance de copiar – se a ele é mostrado como fazer qualquer coisa, ele é capaz de ser rápido e muito eficiente.

O fleumático, no caminho do egoísmo para o altruísmo, percebe seu imenso desejo de ser libertado de sua exagerada tendência de viver dentro de si mesmo. Se ele permanecer no estágio inicial desse desenvolvimento, a responsabilidade é maior daqueles que o rodeiam, do que dele mesmo. Sem ter alguém aquém imitar, seu temperamento segue sua tendência natural e ele se torna negativo e apático.

Uma das suas grandes qualidades é sua grande habilidade de terminar tudo o que começa, nada é deixado para trás, pela metade, mal feito ou perdido. Ele é uma pessoa devotada ao seu trabalho.

Ele é imensamente grato por qualquer delicadeza e terá uma devoção pelo resto da vida àquele que o ajuda as superar sua timidez e reserva.

Assim, o indivíduo deste temperamento é uma criatura metódica, que mantém seus hábitos, seu ritmo lento de alimentação e sono.

Adora rotina e detesta situações inesperadas. De constituição pesada e flácida, se movimenta em tudo e aprende tudo com lentidão, mas lembra-se de seqüências com detalhes, é persistente e por vezes obstinado.

Suas formas corporais são, portanto, arredondadas ; a cabeça é grande e larga, o queixo muitas vezes é duplo devido à gordura, os olhos não tem muito brilho, mas não expressam tristeza.

Os membros são compridos, sem leveza, de movimentação morosa.

Para a época atual, cujo ritmo é acelerado, essa morosidade desperta um certo desprezo e incompreensão por parte das pessoas. O andar é aquoso, arrastado, que passa de um pé ao outro vagarosamente.

Em tempos tumultuosos como o que vivemos, aprendemos o valor da fleuma, como relaxar ocasionalmente e nos dar tempo para desfrutar das coisas calmas da vida. Essa é a lição que o fleumático tem a nos ensinar, a benção da paz, da quietude, da harmonia.

A criança fleumática é totalmente abandonada no elemento líquido.

Tirá-la de seu próprio organismo para fazê-la entrar em atividade ,

é uma tarefa que o educador e o terapeuta devem ter como meta.

Inércia e impassividade podem então serem transformadas em observação serena e assimilação profunda do mundo.

Na criança com este temperamento, impera o corpo físico ; nos ombros sobressai essa força onde é bem visível. Como  nessa criança o alimento é bem aproveitado, ela á mais pesada que as outras.

Gostam de comer e beber bastante, e engordam com facilidade.

Gozam a gravidade e por isso levam mais tempo para se submeter às forças da verticalidade ; não sofrem com o peso terrestre como os melancólicos.

Não é uma criança de todo inativa, embora se desinteresse facilmente por qualquer atividade. Seu olhar é sonolento, mas sua memória é boa. Sua voz é monótona e sua fantasia é fraca.

No entanto, possui um senso de ordem pronunciado, onde cada coisa tem seu lugar. Torna-se colérica quando certas tradições não são observadas e é molestada na sua rotina e no seu ritmo. Não é muito capaz de reflexões rápidas e presença de espírito.

O educador ou terapeuta devem desenvolver uma atividade interna para se relacionar com crianças fleumáticas. Elas necessitam que seus interesses sejam despertos, caso contrário, correm o risco da atividade mental não conseguir permear os processos orgânicos do seu corpo. Isso pode igualmente ocorrer se perceberem que não conseguem acompanhar os demais.

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O Temperamento Colérico

 

Tendo por base o elemento fogo, o indivíduo com este temperamento é, como lhe é próprio, energético e tenso, quente, impaciente, transformador. Sua base física é a circulação sanguínea, o que gera uma violência latente, levando o colérico a ferver sob o menor pretexto – uma pressão alta é um real perigo desta natureza afogueada.

Sua personalidade como um todo é expressa em cada fibra de seu ser, desde o fio de cabelo ao dedão do pé. Ele é facilmente irritável, não tolera críticas, e como possui uma vontade própria muito forte, impõe seu próprio ponto de vista sos outros. Seu desejo secreto é ser considerado indispensável.

No estágio mais primitivo de seu temperamento, o colérico se aborrece com qualquer objeção feita à sua maneira de conduzir uma situação. Mas, ao mesmo tempo que expressa sua opinião com auto confiança, desconsidera completamente a opinião dos outros.

De fato, é freqüentemente mal humorado, simplesmente porque os outros não vêem as coisas como ele, que as considera tão absolutamente corretas.

O colérico não aceita o ponto de vista alheio pela tola razão de não ter sido concebida por ele. Algumas pessoas desse temperamento permanecem eternamente neste 1o estágio porque não conseguem se adaptar às circunstâncias.

Como ele se considera muito mais dotado e talentoso do que qualquer um, todos deveriam, segundo sua opinião, tratá-lo como uma pessoa especial, com muito respeito e deferência.

Ele deseja ser reconhecido como um líder e, deste lugar egoísta, pensa ter o direito de usar o poder de ditar ordens e regras aos outros, já que lhe é tão natural ordenar. Portanto, em um estágio inicial de desenvolvimento, sua maior dificuldade reside na inabilidade em aceitar o ponto de vista do outro.

Para lidar com alguém com uma tendência colérica acentuada, é fundamental manter a calma e se abster de nervosismo , pois se

ele perceber que afeta e descontrola o outro com sua maneira de ser,  abusará de seu poder impunemente. Ele persistirá em mostrar o pior lado de sua natureza, deixando de receber das pessoas o que ele gostaria imensamente, que é admiração e apreço.

É necessário ter confiança em si mesmo e ser consciente de seu valor para levar o colérico a refrear sua força e abandonar seu egoísmo. Ele precisa sentir respeito e devoção por outro ser humano afim de conter seu forte impulso de dominação. Assim,para lidar corretamente com alguém deste temperamento, é essencial aprender sobre ele através de experiência pessoal. É preciso ter vivido situações cujos obstáculos requereram muita coragem e obstinação, daí dá para ser páreo para o colérico e despertá-lo para o outro que não o teme e tem auto-controle.

Contrariamente ao que era de se esperar para seu temperamento, ele possui uma alma muito sensível. Como ele coleciona muitas inimizades, é difícil ocorrer uma oportunidade para revelar sua sensibilidade. Se alguém se comunica com ele carinhosamente e com muito tato, é freqüentemente possível dirigi-lo ao caminho positivo de seu temperamento, pois sofrimento real o toca profundamente. São virtudes deste, a magnanimidade e a generosidade, e para trazê-las à tona, é necessário saber que elas existem.

No nível mais elevado de seu desenvolvimento, o colérico é preenchido pelo desejo de encorajar o desenvolvimento das boas qualidades do outro. Ele deve descobrir que deve exigir antes,de si mesmo, as expectativas que tem do outro. Deve despertar para a realidade de que, para ganhar o direito de liderar, ele precisa primeiro controlar a si mesmo e reconhecer suas próprias falhas e dificuldades. Quando atinge esse ponto, realiza seu desejo e conquista o direito de ser considerado um ser humano de real importância e valor.

A criança colérica precisa da resistência de alguém para entender que há dificuldades na vida. Como ela é cheia de energia, deve ser mantida em atividade. Ela é geralmente intolerante, teimosa, obstinada, e suas crises de fúria devem ser tratadas ora com humor, ora com indiferença. O educador e terapeuta devem desenvolver um estado de serenidade e auto controle afim de ganhar o respeito dessa criança destemida.

Em toda sua postura observa-se determinação, firmeza e força.

O fogo do temperamento está expresso nas feições acentuadas, nos gestos bruscos, no andar pesado. A individualidade consegue penetrar intensamente no corpo, da cabeça aos pés, e une-se de uma maneira consciente com a Terra.

A criança desse temperamento exige do educador e do terapeuta muita paciência e domínio de si próprio.

A força indisciplinada da criança colérica necessita oportunidade para se extravasar com ocupações sadias. Convém dar-lhe tarefas que ultrapassem suas forças, afim de que perceba suas limitações e não se julgue tão onipotente.Quando irritada e em crise de fúria, não é acessível a conselhos ou reprimendas ; deve-se aguardar um tempo até que, entregue à si própria, possa ser abordada com ajuda para refletir sobre seus atos e comportamentos.

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Quarto Setênio – 21 a 28 anos

 

Retomando a idéia do homem como cidadão de dois mundos, o celeste e o terrestre, e a vida como uma conversa, um encontro destas duas forças, chega-se aos 21 anos de vida com o fim da fase do crescimento corporal, e princípio da auto-educação.

Aqui, de uma forma geral, as forças completaram e estiveram a serviço do desenvolvimento físico, e o homem emancipa-se de uma educação herdada; ele chega nesta idade com um patrimônio: um corpo adulto e uma estória pessoal, familiar, escolar.

Aos 21 anos, a entidade psíquica individual, o “Eu” começa realmente a se formar.Uma parte supra-sensível do ser humano, mais exterior, é desperta, acordada, e é aquela que está em contato com o mundo exterior – e por isso mesmo, muito mais impressionável por ele.

O ser humano, nesta fase, depende muito da aprovação de fora, e funciona em altos e baixos, deixando-se influenciar pelo externo, e a luta é não se deixar impregnar demasiadamente, paralisar ou impedir-se de viver emoções –

neste período a vida está para isto.                                                                São momentos fortes, onde temos que pesar e refletir sobre o que herdamos, olhar para o que ganhamos e o que temos, e avaliar deste patamar o que serve aos nossos propósitos de vida, o que devemos incrementar e do que podemos abrir mão – valores que nos serviam até então, mas que a partir de agora podem impedir nossa própria evolução, assim como uma roupa fora de moda, que não combina ou não cabe mais.

Em olhando o que recebemos, devemos avaliar o que pode e o que deve ser mudado em favor do nosso próprio caminhar.

Temos que ter a flexibilidade e habilidade para nos despojarmos daquilo que não nos identificamos mais, da mesma forma como temos que nos reconciliar com o que não dá muito para mudar, por exemplo, com a constituição física.Na verdade, esse é o começo de um processo que vamos depurar a vida inteira.

Com o “EU” mais livre do trabalho no corpo físico, e agora ocupado com a constituição da alma, temos então maior distanciamento daquele, e por isso podemos vê-lo deste novo ângulo.

 

Portanto, concretamente nesta fase, podemos estar:

 

-procurando emprego

 

-terminando a faculdade

 

-namorando /noivando /casando

 

-iniciando nova constituição familiar

 

-tendo filhos

 

-estabelecendo as bases para a sobrevivência financeira

 

Texto elaborado a partir das palestras de Gudrun Burkhard

Seminários Biográficos – Artemísia /SP

 

Published in: on 01/04/2009 at 7:30 p04  Deixe um comentário  

Os 4 Temperamentos

 

 O que são ? Qual o sentido de estudá-los e compreendê-los ? Porque são em número de 4 ?

Na antiguidade, os temperamentos, ou o conjunto de fatores constituintes de uma personalidade, estavam ligados aos humores ;

a predominância de um ou outro designava um tipo específico.

Distinguiam-se 4 :

 

melancólico     fleumático     sanguíneo    colérico

 

Data de muitos séculos anteriores à nossa época a teoria dos 4 elementos defendida por Empédocles.

Aristóteles, no século IV A.C. conservou o esquema deste sobre os elementos primordiais ( terra, água, ar , fogo) , associando, no entanto, a cada elemento, uma qualidade.

Rudolf Steiner, quando fala de temperamentos, se refere às 4 formas distintas que Aristóteles e Hipócrates reconheceram e descreveram, e vai mais profundamente ao significado e gênese dos mesmos, relacionando-os aos corpos constitutivos do homem :

corpo físico, corpo etérico, corpo astral, e o corpo da individualidade, o “Eu” .

O homem é um ser infinitamente complexo.

O temperamento é uma faceta, a atitude da alma expressa no corpo; é ligado ao lado dela que se relaciona com o mundo, que vai em direção ao outro.

O Eu , que é nossa verdadeira essência, utiliza do temperamento como um meio de expressão de si mesmo.

O temperamento é uma forma de compreensão entre as pessoas e é nesse espaço que ele se dá, ou seja, no espaço essencialmente humano.

Personalidade, portanto, é a parte interior da alma humana, a parte que se volta ao Eu, e a parte exterior é unida ao temperamento.

Personalidade, por assim dizer, se mostra, se revela através dos temperamentos.

Como a vida da alma progride em níveis, de um estado inicialmente egoísta para o altruísta, segundo a fase evolutiva do ser humano, os temperamentos dependem do estágio de desenvolvimento da personalidade. Eles podem estar mais voltados para o ego, ou mais à serviço do mundo, e sua manifestação é diferente segundo essa relação de si para si, ou de si para o outro.

Assim, pouco ou nada tendo a ver com caráter ou moral, o temperamento é como o manto da individualidade.

A finalidade de estudá-los, não deveria ser para encaixar as pessoas em um tipo definido, mas antes, a de compreender e saber discernir o que predomina na alma de uma pessoa para fins educacionais e terapêuticos.

A procura de uma compreensão mais profunda da natureza humana, através da contemplação, do espírito devocional e sagrado, conduz à um discernimento da complexidade das predisposições temperamentais. A atitude do educador ou do terapeuta é aquela que reproduz em sua própria alma a alma do outro, fazendo reviver sua imagem neste lugar interno onde sabemos existir uma ligação com forças divinas.

Assim, na relação com os elementos da natureza, os temperamentos se conectam da seguinte forma :

 

Colérico / Fogo / Muita energia /  Muita excitabilidade

Sanguíneo /Ar / Pouca Energia / Muita excitabilidde

 Fleumático/Água/Pouca Energia/ Pouca Excitabilidade

Melancólico /Terra /Muita Energia/Pouca Excitabilidade

 

No tocante à relação do temperamento com os 4 membros da natureza humana, é diferente para o adulto e para a criança, sendo que nesta, aparece um tanto deslocada. A criança tem uma outra substância física , e o jogo de forças dos elementos atua de forma diversa. Ao ser transmitida ao plano físico, a essência do ser humano não está propriamente terminada porque a educação e a instrução são os instrumentos para a formação do homem integral.

Desta forma, quando no adulto impera o Eu , dá-se o temperamento colérico – na criança, o melancólico ; quando no adulto impera o corpo astral , dá-se o temperamento sanguíneo – na criança, o colérico ; quando no adulto impera o corpo etérico , dá-se o temperamento fleumático – na criança, o sanguíneo ; quando no adulto impera o corpo físico , dá-se o temperamento melancólico – na criança, o fleumático .

Rudolf Steiner estabelece também duas qualidades que constroem os 4 temperamentos : excitabilidade e energia. Energia enquanto poder e força, ligadas ao pólo metabólico, à vontade, e excitabilidade, o grau de sensibilidade e capacidade de reação, ligadas ao pólo neurossensorial.

Diferentes combinações entre excitabilidade e energia constituem os 4 tipos de temperamento.

Para Göethe a cor é o resultado entre luz e trevas e o temperamento é um fenômeno similar que ocorre na alma humana.

 

Luz – mesma natureza que o pensamento : colérico e sanguíneo = leveza.

Trevas – mesma natureza que a vontade : fleumático e melancólico= peso

 

A chave para o diagnóstico é procurar pelo temperamento que não está presente : o temperamento polar oposto é o principal.

Os temperamentos também estão relacionados ao tempo e às faixas etárias :

 

  Passado                        Presente                     Futuro

  melancólico         fleumático            colérico

                                       e

                                 sanguíneo

 

 Infância           Juventude     Maturidade       Velhice

 sanguíneo   colérico       fleumático     melancólico

 

 

 

 

 

 

 

Published in: on 01/04/2009 at 7:30 p04  Deixe um comentário  

Terceiro Setênio – 14 a 21 anos

Seguindo o sentido descendente das forças que do Cosmo vão se encarnando na Terra, neste período elas chegam aos membros; passaram da cabeça ao peito, e agora acordam e se localizam nos membros, no sistema metabólico motor.

Se observamos a postura da criança pequena, percebemos que ela anda meio que suspensa, pendurada; depois, um pouco maior, ela pula, e na adolescência, se arrasta, e neste caminho da humanização, aos ela poucos conquista a postura ereta.

Então, da mesma forma que o princípio da imitação regia a criança de 0 a 7 anos, o princípio da autoridade de 7 a 14 anos, agora o princípio da liberdade é o regente.

O processo de metamorfose do ser humano o leva agora a necessitar do aprendizado através da liberdade, onde vivências da verdade são fundamentais – assim como a vivência do bom no 1o  setênio, e do belo no 2o  setênio.

A sociedade agora desempenhará um papel mais preponderante, assim como no passado o foram a família e a escola.É sempre uma ampliação da atuação de elementos, e não uma exclusão daqueles que já foram prioritários.

O jovem necessita de um espaço libertador externo e interno, pois nesta fase, vivenciará uma grande tensão, uma luta entre as forças cósmicas e terrestres, onde no palco está em jogo a sua identidade.É natural que, na busca de si mesmo, ele rompa com os esquemas vigentes em casa, na escola e na sociedade, e a forma, nesta época, é através de crítica, em movimentos abruptos e acusativos, sendo muito pouco provável um processo harmonioso.

O adolescente vivencia o âmago de seu ser, e o impulso da vontade, da ação é que vigora –  por as coisas para fora é a palavra de ordem. Espinhas e desejos saem em borbotões, ele quer dar a sua opinião em tudo, modificar o mundo, reformar a família, os hábitos e costumes vigentes.

É uma força interior que quer se expandir no mundo, e a maneira de lidar com ela é através do diálogo, do encontro, da troca de opiniões, onde o jovem pode expor seus pensamentos e sentimentos, assim como ouvir seu ressoar no mundo.

No centro da luta entre estas forças, o adolescente vivencia duas polaridades intrigantes: o desejo por um mundo ideal, que corresponda ao que ele enxerga de mais puro na imagem do ser humano, e o desejo pelas coisas mais terrestres, que atuam de forma incisiva sobre sua sexualidade pelos prazeres terrenos, da carne.

Ele busca no mundo representações desta vivência ideal e mundana ao mesmo tempo, ele tem sede espiritual e física.

E assim, fica então vulnerável a todas as espécies de filosofias, na esperança de encontrar aquela que corresponda à sua realidade interna – é nesse período que precisa romper com as crenças familiares, ou, pelo menos, questionar as existentes; se os pais são católicos, ele buscará o espiritismo, protestantismo, budismo, e vice-versa, do mesmo jeito que fará com a comida, com a roupa, com a postura, com os gestos.

As drogas representam, nesta época, uma possibilidade de encontro com este mundo idealizado, ou fuga da angústia de não poder encontrá-lo.É importante que saibamos que é uma fase extremamente difícil, onde o adolescente precisa negar e se opor, para que, a partir da percepção do que não é, encontrar-se a si mesmo.Não sabe que ao longo de toda a sua vida buscará, de formas diferentes, a mesma coisa, e que as pessoas que o cercam, e que percebe como sendo tão prontas e acabadas, vivem o mesmo conflito.

O nó lunar, aos 18 ½ anos quando o sol e a lua se encontram na mesma configuração do nascimento, propicia uma abertura, uma ligação cósmico terrestre, que nos dispõe a vislumbrarmos o real sentido de nosso destino.

É a partir desta idade que começamos a ter um pensamento mais autônomo, ainda que, nesta época, acreditemos estar amadurecidos para efetuar julgamentos.

Há também o questionamento profissional, quando o jovem se pergunta sobre seu caminho e escolhas.

A opção entre o que lhe foi imposto e o que quer, cria rupturas. Buscar a si mesmo e descobrir o que é seu, o que é do outro, o que pode ser compartilhado, propicia ao jovem conhecer novas paragens e alargar seu horizonte antes de completar a idéia e impressão sobre si mesmo, que aos 21 anos se realizará com mais firmeza. 

                           

Texto elaborado a partir das palestras de Gudrun Burkhard

Seminários Biográficos – Artemísia /SP

                       

Published in: on 01/04/2009 at 7:30 p04  Deixe um comentário  

Segundo Setênio – 7 a 14 anos

Ao final do processo anterior, do 1o setênio, as forças que estavam na cabeça se libertam e migram para a região do meio do corpo.

A criança vai acordando de cima para baixo, na direção da cabeça aos pés, e , nesta fase agora, coração e pulmão são os órgãos que ancoram o processo respiratório com o mundo.

O elemento do movimento de interiorização e exteriorização pauta a dinâmica desses órgãos e a relação da criança com o mundo.

Ela já não é mais um grande A,aberta para o mundo que a impregna, mas agora já possui uma interioridade maior e necessita de um elo de ligação entre o mundo de fora e o seu, interno.

O papel do adulto, pais e professores, tem uma grande influência neste período, pois é através dele, da autoridade que ela necessita e que eles possuem, que a criança receberá a imagem do mundo.

Portanto, os valores e ideais que o adulto possui pode beneficiar ou prejudicar a formação e visão do mundo infantil.

Se a autoridade é excessiva pode gerar uma maior inspiração do que expiração, desequilibrando o ritmo, e isso pode levar desde a uma timidez no futuro, à introversão, ou quadros somáticos de asma, etc .

Se, por outro lado, há falta de autoridade, se ela é insuficiente para o estabelecimento de normas tão essenciais neste período, a expiração maior pode conduzir à extroversão exagerada, que leva a criança a desconhecer seu limite e o do outro, até quadros mais histéricos, de dissolução da identidade.

Esses elementos precisam estar em harmonia para nos sentirmos bem e, se na fase correspondente à esses acontecimentos isto não ocorreu, é introduzindo o ritmo na vida do presente que se resgata o equilíbrio.

Assim como as normas, os hábitos estão sendo absorvidos, e portanto, a dosagem entre uma educação muito rígida ou muito liberal, deveria ser observada, pois tanto a imposição quanto a ausência de valores pode impedir um desenvolvimento sadio.

 Nesta fase, onde o sentir está sendo tecido, a fantasia é muito importante, e daí a qualidade de imagens que a criança pode entrar em contato é fundamental ; situações onde ela pode criar, como ouvindo estórias infantis, contos de fadas, ou mesmo brincar com brinquedos que promovam a sua participação, é muito diferente daquelas onde, por exemplo, ela é mera expectadora, como no caso da televisão, ou de jogos e brincadeiras que não estimulem a sua criação, com brinquedos prontos, acabados, sintéticos.

Arte e religião são também fundamentais para a alma da criança que anseia por veneração. Assim, tanto o mundo artístico quanto o religioso são ricos em possibilidades para fazer fluir a alma infantil para o mundo. Como há uma busca natural pela beleza e pela , vivências do belo são fundamentais para um respirar com o mundo, assim como o desejo pela ligação com uma qualidade superior, elevada e espiritualizada consigo mesmo e com a vida.

É então que, no meio desta fase, o sentimento de diferenciação, por assim dizer, se estabelece fortemente, e a criança percebe com verdadeiro sentimento e uma espécie de dor, que existem diferenças: de educação entre si e os irmãos, diferenças de tratamento entre as pessoas, de raça, religião, cultura, enfim, situações onde ela se dá conta de que o mundo não é igual para todo mundo, que a lei não é a mesma para todos.

É, na verdade, um profundo despertar do sentimento próprio.

Texto elaborado a partir das palestras de Gudrun Burkhard

Seminários Biográficos – Artemísia /SP

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Primeiro Setênio – 0 a 7 anos

É na primeira infância, mais precisamente durante os primeiros 7 anos, que as forças da individualidade estão localizadas na cabeça, e a tarefa neste período, é crescer, desenvolver os órgãos físicos que estão sendo formados, independizar o pólo superior do corpo, do pensar.

Com o nascimento, tem início o trabalho da individualidade, daquele ser cósmico que começará uma vida terrestre de transformação do invólucro corpóreo recebido dos pais apto às suas necessidades. Portanto, neste período, a individualidade se ocupará em se apropriar do corpo herdado, moldando-o e reestruturando-o conforme suas peculiaridades interiores.

A criança, por assim dizer, reforma, refina seu instrumento físico, que é a corporalidade. Essa transmutação significa, aos poucos, eliminação das substâncias herdadas, desde as células mais microscópicas, que se tornam cada vez mais individualizadas, até os dentes, que são as mais duras do corpo, quando no final dessa etapa, a criança perde a dentição de leite, substituindo-a pela permanente, que é aquela que construiu a partir de sua interioridade.

Olhando, para os nossos sentidos, que, com exceção do tato que permeia todo o corpo, estão localizados na cabeça, podemos ter uma idéia dos aspectos que devem ser cuidados neste período inicial, para que a criança possa gostar de estar na Terra, dentro de seu próprio corpo.

Assim, para a construção do corpo físico de forma equilibrada, a criança deveria ter vivências permeadas por situações e circunstâncias que a levassem a perceber que o mundo é bom.

A ela deveriam ser providas oportunidades de movimento livre no espaço, na medida em que vai se apropriando dele ao longo de seu desenvolvimento, desde possibilitar o engatinhar quando é bebê, até trepar em árvores e correr no campo quando é maior.

É por experimentação que a criança aprende, por tentativa e erro, e pelo princípio da imitação. O que não queremos que ela faça, não deveríamos também fazer, pois ela seguramente imitará gestos, fala, atitude dos adultos ao seu redor.

Rapidamente as faculdades humanas vão sendo adquiridas, quando, aos 3 anos a criança já conquistou o espaço físico com o andar, o espaço social com o falar, e o espaço espiritual, com o pensar.

Em síntese, neste primeiro setênio os princípios são :

 

 

·       imitação

  

·       bondade

 

·       órgãos dos sentidos

 

·       desenvolvimento do pensar

 

·       processo de individuação física

Texto elaborado a partir das palestras de Gudrun Burkhard

Seminários Biográficos – Artemísia /SP

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